Câncer na Coluna

O câncer na coluna é a terceira maior causa de dores nesta região, por isso é fundamental ficar atento aos sintomas iniciais e buscar atendimento médico. A doença é caracterizada pela divisão descontrolada de células anormais, o que leva à formação de tumores dentro das vértebras ou entre elas.

Assim, os tecidos e as estruturas ósseas são gradativamente prejudicados e destruídos, levando a limitações de movimentos, problemas de ordem neurológica e comprometimento de outros órgãos. Há diversas opções eficazes de tratamento para a doença, principalmente quando ela é diagnosticada precocemente.

Detalhe de espinha dorsal com câncer na coluna - Site Dr. Márcio Penna - ortopedista especialista em coluna

O que são tumores primários e secundários?

Pode-se classificar os tumores na coluna em primários e secundários. Os primários são um tipo mais raro e se originam na própria coluna.

Já os secundários, também conhecidos como metástases, são 40 vezes mais comuns do que os primários e se originam em outras regiões, mas depois se espalham e atingem a coluna.

Quais os tipos de câncer na coluna?

O câncer na coluna pode se manifestar como tumores de diversos tipos.

Leucemia mieloide aguda

As leucemias são caracterizadas por uma proliferação anormal de células doentes. No tipo mieloide aguda, os blastos mieloides se dividem sem controle, bloqueando a produção de células normais e causando uma condição chamada de pancitopenia, que resulta em anemia, leucopenia e plaquetopenia.

Este é o tipo de leucemia mais comum e sua incidência é maior em idosos de países orientais.

Leucemia linfocítica crônica

Neste tipo de leucemia os linfócitos B maduros acumulam-se na medula óssea, mas seu funcionamento é defeituoso, por isso não se transformam em plasmócitos e não produzem imunoglobulinas.

Isso acontece quando, por vários motivos, os glóbulos brancos, no caso os linfócitos, adoecem e passam a desenvolver-se de uma maneira descontrolada e disfuncional, acumulando-se no sangue e nos chamados linfonodos. Não se entende exatamente quais são esses fatores que são o gatilho da doença, mas vale salientar que se tratam de problemas adquiridos, e não, hereditários.

Na leucemia linfocítica crônica não há uma divisão descontrolada das células, mas a meia-vida muito longa faz com que elas se acumulem. A doença atinge principalmente a população idosa e é mais comum no ocidente.

Cordoma: um tipo raro de câncer na coluna

O cordoma é um câncer na coluna raro. É um tipo de sarcoma que se origina nas estruturas embrionárias da notocorda e pode se localizar no eixo espinhal entre o base do crânio e o sacro. Atinge principalmente homens entre 40 e 60 anos, sendo o principal sítio de acometimento a região sacrococcígea. O quadro clínico varia conforme o local acometido com sintomas geralmente inespecíficos, o que gera atrasos no diagnóstico feito por biópsia.

Condrossarcoma

O condrossarcoma é um tumor maligno ósseo, proveniente de cartilagem hialina. É o segundo tumor primário do osso mais frequente com 20% dos casos, sendo mais frequente em homens do que em mulheres entre a terceira e sexta década de vida. Faz-se o diagnóstico da doença através de radiografia, tomografia e biópsia. Na coluna costuma ser raro em comparação com o esqueleto apendicular (ossos das pernas e dos braços).

Osteossarcoma

É o tipo mais comum de câncer ósseo e se manifesta principalmente em crianças, podendo atingir a coluna. É um tumor muito agressivo, que cresce rapidamente e que metastatiza de forma precoce. Caracteriza-se por células malignas do estroma com formação neoplásica osteóide. Nele também pode ocorrer tecido cartilaginoso ou fibroso.

Mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo é o tumor de um determinado tipo de células da medula óssea, chamadas de plasmócitos. Elas são responsáveis por produzir anticorpos para combater vírus e bactérias. Dessa forma, no mieloma múltiplo, os plasmócitos são anormais e se multiplicam de maneira rápida, comprometendo a produção das outras células sanguíneas.

Ademais, os plasmócitos cancerosos também originam uma proteína anormal, conhecida como proteína monoclonal. Essa se acumula no sangue e na urina e as células doentes podem ainda afetar os ossos, causando, dessa forma, dores e fraturas espontâneas. A maioria dos pacientes acometidos pela doença tem mais de 65 anos.

Sarcoma de Ewing

O sarcoma de Ewing é um tipo tumor de pequenas células redondas. É raro e prevalente em crianças, adolescentes e adultos jovens. Ele surge nos ossos ou nos tecidos moles que ficam próximos a eles. Assim, os locais mais comuns são os ossos da parede torácica (costelas e omoplatas), os ossos longos das pernas e os da pelve, e raramente acomete a coluna.

Quais os sintomas de câncer na coluna?

O câncer na coluna pode apresentar sinais, como:

  • Dor nas costas que piora à noite e melhora com a movimentação. Também pode haver dor no pescoço;
  • Sensação de dormência e formigamento nas costas e membros;
  • Paralisia parcial em pernas e braços. Isso pode ocorrer quando o tumor está pressionando as terminações nervosas da coluna;
  • Emagrecimento sem razão aparente;
  • Fragilidade óssea na região.

Quando uma dor na coluna é câncer?

A dor resultante de um câncer na coluna costuma ser persistente e piorar durante a noite, sem estar relacionada a uma posição ou movimento específico. Mas é importante notar que apenas este sintoma não é o suficiente para um diagnóstico, já que a dor nas costas também é comum em outras doenças.

Como é feito o diagnóstico

O ortopedista especialista em coluna pode confirmar a presença de um tumor maligno na região por meio de exames de imagem,  como radiografias,  ressonância magnética e tomografias. Mas em alguns casos exames de sangue também são solicitados.

Tratamentos para câncer na coluna

Os tratamentos para câncer na coluna podem ser do tipo paliativo ou curativo.

Paliativo

O tratamento paliativo visa aliviar a dor e dar mais conforto ao paciente. Ele é usado para os casos em que a pessoa não pode ser submetida à cirurgia na coluna ou caso o câncer já tenha se espalhado. Assim, são usados medicamentos, quimioterapia, radioterapia e órteses.

Curativos

Os tratamentos curativos consistem na retirada cirúrgica do tumor, além das sessões de radioterapia e quimioterapia.

Em alguns casos pode ser feita uma cifoplastia, que visa devolver a estabilidade perdida pelo acometimento tumoral. O médico especialista em coluna irá utilizar uma agulha para chegar à parte danificada, onde será colocado um balão que posteriormente será preenchido com cimento ósseo.

Outra abordagem é a vertebroplastia, uma cirurgia minimamente invasiva para corrigir fraturas na coluna vertebral, incluindo aquelas provocadas por tumores malignos. É utilizada uma agulha para injetar cimento ósseo na vértebra danificada. Este cimento seca rapidamente, o que ajuda a estabilizar a articulação e aliviar a dor. A intervenção, então, leva cerca de 40 minutos por segmento e pode ser feita sob anestesia geral ou com uma sedação e anestesia local.

Como a região pode estar com fragilidade e sem estabilidade devido ao câncer na coluna, algumas vezes é necessário utilizar parafusos percutâneos para fixar as vértebras e estabilizar a área.

Artigos recentes

A hérnia de disco lombar é uma condição comum que afeta a coluna vertebral e pode causar dor intensa e...

A endoscopia de coluna, também chamada de endoscopia por vídeo da coluna, é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que...

A saúde da coluna vertebral desempenha um papel crucial em nossa qualidade de vida. Por isso a importância...

O médico de coluna é o profissional responsável por prevenir, diagnosticar e tratar diversas patologias que atingem a coluna vertebral. O...

A hérnia de disco apresenta sintomas característicos, como a dor no local. Esta enfermidade é uma das mais comuns a atingirem a coluna...

A dor na coluna cervical é aquela que acomete a porção superior da coluna vertebral, na região do pescoço, formada por...

plugins premium WordPress