Cirurgias Minimamente Invasivas da Coluna
As cirurgias minimamente invasivas da coluna surgiram como uma alternativa a métodos tradicionais que oferecem mais riscos e em que há a necessidade de manipular maiores quantidades de tecidos e músculos.
Com esta técnica é possível tratar diversas doenças e proporcionar uma recuperação mais rápida ao paciente, além de permitir um tratamento mais seguro para idosos e pessoas que sofrem com comorbidades.
O que são cirurgias minimamente invasivas da coluna?
As cirurgias minimamente invasivas da coluna são aquelas realizadas sem a necessidade de fazer grandes cortes, já que o cirurgião acessa a área desejada por meio de pequenas incisões, utilizando para isso afastadores especiais e equipamentos modernos. Assim, há o menor dano possível aos tecidos do corpo e os resultados são mais precisos.
Quais são os critérios de elegibilidade para as cirurgias minimamente invasivas da coluna?
Diversos pacientes são elegíveis para cirurgias minimamente invasivas da coluna. O especialista irá realizar uma avaliação criteriosa, que leva em consideração muitos aspectos:
Gravidade: esse é um fator primordial, já que a cirurgia só é usada em casos mais graves, quando os tratamentos iniciais não surtiram o efeito desejado e há uma piora na qualidade de vida. Quadros severos de hérnia de disco são um exemplo. Também é preciso considerar que nem todos os problemas nas costas podem ser tratados dessa forma. Escoliose avançada e outras situações, como tumor na coluna e infecções graves, podem necessitar de um procedimento mais invasivo;
Estado de saúde: pacientes em boas condições de saúde e sem comorbidades graves ou doenças fora de controle são elegíveis, já que o risco é menor e o organismo tem a capacidade de se recuperar em menos tempo;
Histórico cirúrgico: quando o paciente já passou por outras intervenções, o médico de coluna precisa avaliar cuidadosamente se um novo procedimento é viável, pois cicatrizes e aderências de cirurgias anteriores podem dificultar a nova intervenção;
Idade e estilo de vida: pessoas mais jovens são candidatas melhores ao procedimento, pois se recuperam com facilidade. Porém, os idosos também podem ser operados desde que tenham um estilo de vida saudável e não sofram de condições que aumentam o risco da intervenção.
Como surgiu esse tipo de cirurgia?
As cirurgias minimamente invasivas da coluna surgiram graças ao avanço constante dos exames de imagem, instrumentação cirúrgica e técnicas endoscópicas. Tudo isso aliado a uma necessidade crescente de tornar as operações mais seguras e menos danosas aos pacientes.
Na década de 80, o raio-x em tempo real, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada passaram a ser usadas para aumentar a precisão do diagnóstico e melhorar o planejamento cirúrgico.
O desenvolvimento dos endoscópios, das câmeras miniaturizadas e dos equipamentos especializados, como pinças e dilatadores tubulares, possibilitou o acesso à região de forma segura por meio de pequenas incisões. Nos anos 1990 e 2000, a cirurgia endoscópica passou a ser usada no tratamento de problemas nos discos intervertebrais e nas vértebras, com menor prejuízo aos músculos e tecidos moles do entorno.
Principais tipos
Os principais tipos de cirurgias minimamente invasivas da coluna são:
- Endoscopia da coluna: por meio de incisões de até 8 milímetros é inserido o endoscópio, que possui uma câmera de alta definição acoplada e que tem o objetivo de transmitir imagens para um monitor e permitir que o especialista visualize o local com detalhes. Os outros equipamentos necessários, como as pinças, também são inseridos por pequenos orifícios;
- Infiltração ou bloqueio na coluna: agulhas são usadas para aplicar medicamentos em locais específicos da coluna;
- Rizotomia por radiofrequência: pequenas agulhas especiais são usadas para provocar uma lesão térmica no ramo do nervo onde se origina a dor;
- Cirurgia tubular: o cirurgião da colunausa dilatadores e tubos para descomprimir áreas doloridas;
- Cifoplastia da coluna: um balão é introduzido na vértebra e preenchido com cimento ósseo para restaurar fraturas e estabilizar a coluna.
Artrodese
Uma cirurgia bastante usada para tratar diversos problemas na coluna é a artrodese, que visa fixar regiões instáveis com o uso de parafusos, hastes, conectores e espaçadores.
A artrodese lombar recebe várias classificações de acordo com o local e a forma de acesso para colocação dos materiais que vão substituir os discos vertebrais:
- ALIF: o acesso é feito anteriormente, pelo abdômen;
- PLIF: o acesso e a inserção é feita posteriormente, pelas costas;
- LLIF: por via lateral, transpsoas e retroperitoneal;
- OLIF: o acesso ocorre obliquamente, anteriormente ao músculo psoas e pelo retroperitônio.
Outro tipo comum de artrodese é a chamada MIS TLIF, em que instrumentos em formato de cânula são usados para chegar até a coluna pela via transforaminal sem a necessidade de afastar ou cortar a musculatura.
Quais as vantagens das cirurgias minimamente invasivas da coluna?
As cirurgias minimamente invasivas da coluna trazem como vantagens principais:
- Redução do risco de hemorragias e infecções;
- Menor tempo de internação;
- O paciente pode voltar à sua rotina em menor tempo;
- Não é preciso usar tantos medicamentos para dor no processo de recuperação;
- Em muitos casos não é preciso nem usar anestesia geral.
Quais são os riscos das cirurgias minimamente invasivas da coluna?
Apesar de ser mais segura do que o procedimento aberto, as cirurgias minimamente invasivas da coluna também oferecem alguns riscos:
Infecções localizadas;
Sangramento no local;
Retorno do sintoma tratado, como acontece em alguns casos de hérnia de disco;
Perdas sensoriais.
Entre os riscos, o que mais preocupa os pacientes é o potencial de danos aos nervos. Embora essa complicação seja bastante rara, ela pode ocasionar dores persistentes nas costas ou nos
membros inferiores, fraqueza muscular, incontinência urinária e fecal, além de disfunção sexual em casos mais graves. Em situações extremas, danos nervosos podem levar à paralisia, sendo essa a consequência mais grave.
Felizmente, as chances de complicações graves em cirurgias de coluna são muito baixas, com risco de lesões neurológicas ou vasculares inferiores a 2% na maioria dos casos. A segurança do procedimento depende da técnica utilizada e, sobretudo, da experiência da equipe médica.
Quais doenças podem ser tratadas em uma cirurgia minimamente invasiva?
Os procedimentos minimamente invasivos na região da coluna são eficazes para tratar diversa doenças, como:
- Estenose de Canal Vertebral: a doença é caracterizada pelo estreitamento do canal vertebral, o que causa uma pressão nos nervos. A endoscopia da coluna é o procedimento usado para retirar a lâmina, facetas articulares e ligamento amarelo espessado que provocam a compressão;
- Hérnia de disco: ocorre quando os discos da coluna saem de sua posição, o que pode pressionar um nervo e causar dor. A endoscopia é usada para descomprimir o nervo e aliviar os sintomas;
- Doenças degenerativas;
- Fraturas;
- Casos de instabilidade na coluna, como espondilolisteses.
Quanto custa uma cirurgia minimamente invasiva da coluna?
Os valores das cirurgias minimamente invasivas da coluna são extremamente variáveis, pois há uma série de fatores que interferem no preço final. Apenas depois de uma avaliação detalhada, o médico especialista em coluna poderá fornecer uma resposta sobre a questão.
Tipo de cirurgia
Há diversas técnicas cirúrgicas disponíveis. Cada uma tem um valor diferente e será usada dependendo da condição a ser tratada. Uma infiltração ou bloqueio, por exemplo, terá um custo menor do que uma endoscopia de coluna.
Estrutura
Clínicas e hospitais mais modernos, com equipamentos sofisticados, provavelmente terão um valor mais elevado, já que os custos das instalações e do treinamento dos profissionais são maiores.
Localização do hospital
A localização geográfica do hospital também interfere no valor, assim como ocorre com outros serviços. Hospitais localizados nos grandes centros costumam ser mais caros do que os do interior. Em compensação, podem ter uma melhor estrutura.
Experiência do cirurgião
Este é um fator primordial na hora de escolher um local para realizar a cirurgia. Cirurgiões experientes passaram por um longo tempo de dedicação ao trabalho e investiram em sua capacitação e modernização, por isso, tendem a cobrar um pouco mais.
Reputação
A reputação do hospital e dos profissionais envolvidos no procedimento também interfere no valor final.
Tempo de internação após as cirurgias minimamente invasivas da coluna
Em muitas cirurgias minimamente invasivas da coluna, o paciente recebe alta no mesmo dia. Mas há casos em que o tempo de internação pode ser maior, o que também eleva um pouco os custos.
Pré-operatório
As cirurgias na coluna vertebral exigem alguma preparação. Isso garante que o procedimento seja executado de maneira mais segura e reduz o tempo de recuperação. A indicação pré-operatória mais importante é seguir todas as recomendações do ortopedista especialista em coluna. Além disso, há alguns pontos que são comuns nesse tipo de intervenção:
Fazer consultas clínicas e cardiológicas para avaliar o risco cirúrgico. Caso a pessoa apresente alguma condição de saúde que aumente o risco do procedimento, os médicos não farão a liberação até que o problema seja tratado;
O consumo de medicamentos de qualquer tipo deve ser informado ao médico-cirurgião de coluna, para que ele decida quais devem ser interrompidos e quanto tempo antes da cirurgia é necessário fazer a interrupção. Aspirinas e anti-inflamatórios devem ser suspensos 1 semana antes do procedimento;
Exames de sangue, eletrocardiograma e radiografias do tórax serão solicitados;
É preciso fazer jejum de líquidos e sólidos de pelo menos 8 horas;
O paciente deve assinar termos de autorização e consentimento envolvendo a cirurgia, uso de anestésicos, sangue e hemoderivados (produtos obtidos do sangue humano por meio de processos de separação e purificação).
Quanto tempo demora para se recuperar de cirurgias minimamente invasivas da coluna?
As cirurgias minimamente invasivas da coluna são de rápida recuperação. O paciente recebe alta em 1 dia, ou até no mesmo dia, e deve ficar de repouso até o seu retorno ao cirurgião, o que acontece em cerca de 2 semanas. Mas neste período ele está apto para realizar atividades simples, como comer, tomar banho e trocar de roupa.
Após a nova consulta com o cirurgião de coluna, o paciente será liberado para a reabilitação, com o objetivo de fortalecer a musculatura e possibilitar o retorno às atividades corriqueiras.
Cuidados domésticos após a cirurgia
Ao receber alta, o paciente operado deve tomar alguns cuidados domésticos para acelerar sua recuperação e evitar complicações:
Não fazer qualquer tipo de esforço excessivo, como pegar peso, correr ou caminhar por longos períodos, e subir e descer escadas;
Trocar os curativos regularmente, seguindo as orientações médicas;
Evitar dormir de bruços, pois essa posição tende a forçar mais as costas;
Optar por uma alimentação mais leve, evitando assim quadros de constipação;
Manter-se bem hidratado;
Manter a casa bem organizada, evitando que objetos espalhados ou móveis no caminho possam contribuir para quedas ou pancadas;
Evitar relações sexuais nas primeiras semanas;
Não dirigir até ser liberado pelo médico;
Retomar as atividades físicas de forma gradativa e com o auxílio de um profissional, pois geralmente exercícios de maior impacto só são liberados meses após o procedimento;
Manter-se afastado do trabalho pelo tempo recomendado;
Comparecer às consultas de retorno.
Esses passos tornam o processo das cirurgias minimamente invasivas da coluna mais cômodo e eficaz.