Escoliose
A escoliose é um problema de coluna desafiador e que traz prejuízos funcionais e estéticos. A doença pode se desenvolver ainda na infância ou surgir em qualquer outro período da vida. Todavia, existem tratamentos conservadores e cirúrgicos que podem melhorar a qualidade de vida do paciente.
O diagnóstico da doença pode ser realizado por um ortopedista especialista em coluna e as recomendações para aliviar os sintomas vão variar de acordo com o tipo da enfermidade e a sua gravidade.
Fatores de risco da escoliose
A escoliose pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas algumas condições podem aumentar significativamente a probabilidade de que uma curvatura anormal da coluna se desenvolva. O reconhecimento oportuno é importante; só então o diagnóstico e o tratamento eficaz podem ser esperados — caso contrário, esse problema silencioso passará despercebido.
Um grande fator de risco é o histórico familiar. A forma idiopática, que constitui a maioria dos casos, atinge ainda mais frequentemente alguém de uma família onde outros foram afetados por essa condição.
O período de crescimento rápido, particularmente durante a puberdade, também é muito perigoso. É durante essa época de mudança estrutural intensiva que, se existir uma tendência, a curvatura pode aparecer e progredir rapidamente. Por isso, o acompanhamento regular é necessário para os casos juvenis e adolescentes
Condições neuromusculares como paralisia cerebral, distrofia muscular ou lesão da medula espinhal são consideradas fatores de risco secundários. Quando isso acontece, os músculos deixam de oferecer o suporte necessário à coluna, abrindo espaço para desequilíbrios e alterações na sua forma natural.
Em adultos, as mudanças estruturais na coluna decorrentes do envelhecimento natural, somadas a fatores como sedentarismo, excesso de peso, postura cronicamente inadequada e doenças degenerativas como a osteoartrite, podem causar desvios e deformidades progressivas. Além disso, traumas anteriores na coluna também contribuem para essas alterações.
O que é escoliose?
A escoliose se caracteriza principalmente por um desvio na coluna, podendo ser tanto para a direita, quanto para a esquerda, ficando, desta forma, em formato de “C” ou de “S”. Todavia, o que ocorre realmente é um desvio em todas as 3 dimensões.
O problema pode ser observado ao olhar para o paciente de costas, diferentemente dos casos de lordose e cifose, que são curvaturas que só podem ser notadas quando a pessoa está de lado (perfil).
Quais os tipos de escoliose?
A doença geralmente é classificada em não-estrutural (funcional), quando somente os músculos foram afetados, e estrutural, quando ocorre alteração na estrutura anatômica da vértebra e a torna uma curva fixa. As escolioses estruturadas podem ser classificadas de acordo com a sua causa:
- Idiopática: não há causa conhecida. Corresponde a 80% dos casos segundo a OMS;
- Congênita: está presente desde o nascimento e é associada a malformações;
- Neuromuscular: é resultado de sequelas de doenças neurológicas, como a poliomielite e a paralisia cerebral;
- Degenerativa do adulto: ocorre devido à degeneração das estruturas da coluna, principalmente com o avanço da idade;
- Pós-traumática: ocorre após fratura da coluna, secundária à lesão das estruturas ósseas
- Síndromes genéticas: como síndrome de Marfan; síndrome de Morquio; etc.
Fatores de risco da escoliose
A escoliose pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas algumas condições podem aumentar significativamente a probabilidade de que uma curvatura anormal da coluna se desenvolva. O reconhecimento oportuno é importante; só então o diagnóstico e o tratamento eficaz podem ser esperados — caso contrário, esse problema silencioso passará despercebido.
Um grande fator de risco é o histórico familiar. A forma idiopática, que constitui a maioria dos casos, atinge ainda mais frequentemente alguém de uma família onde outros foram afetados por essa condição.
O período de crescimento rápido, particularmente durante a puberdade, também é muito perigoso. É durante essa época de mudança estrutural intensiva que, se existir uma tendência, a curvatura pode aparecer e progredir rapidamente. Por isso, o acompanhamento regular é necessário para os casos juvenis e adolescentes
Condições neuromusculares como paralisia cerebral, distrofia muscular ou lesão da medula espinhal são consideradas fatores de risco secundários. Quando isso acontece, os músculos deixam de oferecer o suporte necessário à coluna, abrindo espaço para desequilíbrios e alterações na sua forma natural.
Em adultos, as mudanças estruturais na coluna decorrentes do envelhecimento natural, somadas a fatores como sedentarismo, excesso de peso, postura cronicamente inadequada e doenças degenerativas como a osteoartrite, podem causar desvios e deformidades progressivas. Além disso, traumas anteriores na coluna também contribuem para essas alterações.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico ocorre após um exame físico minucioso, em que o médico cirurgião de coluna avalia o paciente de costas, de perfil e de frente. Também é necessário observar o raio-x da coluna, que pode fornecer informações mais precisas sobre o tipo e a gravidade do problema.
Em alguns casos o médico ainda pode solicitar uma tomografia computadorizada e uma ressonância magnética.
Qual o tratamento ideal para escoliose?
No tratamento da escoliose, é necessária atenção individualizada. Considerando a idade, o grau de curvatura, o tipo da condição e a interferência funcional, uma variedade de métodos pode ser adotada em conjunto ou separadamente. Não se pode simplesmente decidir usar este ou aquele método para lidar com os casos em que o menor ângulo de convergência tem a maior chance de reduzir a curvatura e, assim, melhorar a qualidade de vida.
Nos casos mais leves, o tratamento costuma ser conservador e inclui acompanhamento médico regular, fisioterapia especializada, fortalecimento da musculatura com orientação profissional e, em algumas situações, o uso de coletes ortopédicos. Esses coletes ajudam a conter a progressão da curvatura, principalmente durante a fase de crescimento.
Quando a condição se aprofunda muito no estágio mais avançado, com desvios maiores que 45 graus ou com intenso sofrimento e desequilíbrio postural, propõe-se a intervenção cirúrgica. Com as técnicas mais recentes de hoje, é possível realizar uma operação menor com menos trauma, tempos de recuperação mais rápidos e resultados igualmente bons, tanto em termos de correção da curva quanto de alívio dos sintomas.
Além da cirurgia tradicional, existem métodos como a artrodese com parafusos percutâneos, OLIF ou XLIF, indicados principalmente para deformidades degenerativas em adultos . Esses procedimentos visam realinhar e estabilizar a coluna com menor impacto cirúrgico e maior conforto pós-operatório.
A questão é que, independentemente do meio escolhido, o tratamento bem-sucedido depende de um diagnóstico precoce e do acompanhamento médico contínuo para evitar a recorrência ao longo dos anos vindouros.
É possível corrigir a escoliose?
A escoliose pode ser totalmente corrigida em alguns casos. Mas, mesmo quando não é possível curar o problema, o paciente pode se beneficiar do tratamento, que terá o objetivo de evitar que a curvatura aumente e melhorar a postura ao máximo.
O que acontece se o problema não for tratado?
Quando o problema não é tratado a curvatura da coluna pode aumentar cada vez mais, o que resulta em diversas complicações:
- Problemas emocionais;
- Comprometimento respiratório;
- Comprometimento cardiovascular;
- Danos neurológicos à medula (em casos mais graves);
- Dor nas costas;
O que começa como um “desvio leve” pode se transformar em um quadro limitante. Conforme a curvatura progride, o corpo perde alinhamento e, em quadros severos, a região do tórax fica comprimida, o que atrapalha a respiração e o fluxo adequado do sangue. Por isso, pacientes com curvas acentuadas podem desenvolver falta de ar ao esforço, fadiga constante e até arritmias.
Do ponto de vista neurológico, o avanço da deformidade pode pressionar a medula espinhal e as raízes nervosas, desencadeando formigamento, perda de força muscular, desequilíbrio e até alterações no controle dos esfíncteres — situações que exigem intervenção médica imediata.
Além dos efeitos físicos, a escoliose também mexe com a autoestima e o emocional. A assimetria corporal visível pode gerar insegurança, vergonha e isolamento social, especialmente entre adolescentes e adultos jovens. Ignorar esses reflexos psicoemocionais é fechar os olhos para parte significativa da experiência do paciente.
Por isso, adiar o tratamento ou minimizar os sinais do corpo pode custar caro no futuro. Atualmente, há muitas formas de controlar a doença antes que ela cause prejuízos irreversíveis — tanto ao corpo quanto à qualidade de vida.
Tratamento clínico
Quando a curvatura da coluna é inferior a 45-50 graus o tratamento é conservador, o que inclui fisioterapia, alongamentos, exercícios de correção postural e uso de coletes ortopédicos para impedir a progressão do problema.
O paciente também pode se beneficiar do uso de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.
Qual o melhor exercício físico para quem tem escoliose?
A prática de exercícios físicos é importante para quem convive com a escoliose, mas precisa ser conduzida com orientação adequada. O objetivo principal não é “endireitar a coluna”, mas sim fortalecer a musculatura que a sustenta, melhorar o equilíbrio postural e evitar o avanço da curvatura.
Entre as opções mais recomendadas está o Pilates clínico, por seu foco em controle motor, alongamento e fortalecimento da musculatura profunda da coluna. É um exercício de baixo impacto, ideal para trabalhar simetrias e promover consciência corporal — dois pontos críticos em pacientes com a condição.
Outra prática segura é a hidroterapia, especialmente em casos de dor associada. A água reduz o impacto nas articulações e permite realizar movimentos com mais liberdade, favorecendo o alinhamento da coluna e o relaxamento muscular.
Caminhadas leves e exercícios posturais também são bem-vindos, desde que supervisionados. Já atividades de alto impacto, como musculação sem acompanhamento, crossfit ou esportes com movimentos assimétricos (como tênis ou golfe), devem ser evitados ou adaptados.
O mais importante é lembrar que a escolha do exercício deve considerar o grau da curvatura, a idade do paciente e a presença (ou não) de dor. Antes de iniciar qualquer atividade, é essencial uma avaliação com o médico especialista para definir o melhor plano de ação.
Tratamento cirúrgico
Quando a escoliose resulta em uma curvatura da coluna superior a 45-50 graus ou há comprometimento de órgãos vitais, a cirurgia pode ser indicada como tratamento. Assim, é possível evitar a piora do quadro e ainda alcançar algum grau de correção da coluna.
O cirurgião tem à sua disposição técnicas minimamente invasivas, como a OLIF, em que o acesso ao local é feito por um corte na parte entre o abdômen anterior e a lateral.
Também há a técnica conhecida como XLIF em que o tratamento ocorre por um pequeno corte lateral.
Em ambas as técnicas o paciente é colocado de bruços para a inserção dos parafusos percutâneos, que ajudam a dar estabilidade à coluna. Essas técnicas minimamente invasivas são utilizadas para tratamento em alguns casos de escoliose do adulto/degenerativas.
O que pode piorar o quadro?
Os quadros podem agravar principalmente quando o paciente não segue o tratamento adequado.
A falta de acompanhamento especializado, o abandono do uso de coletes ortopédicos (quando indicados) ou a prática de exercícios inadequados são fatores que contribuem para o aumento da curvatura e das dores associadas.
Além disso, o sedentarismo, o ganho de peso e a má postura constante — no trabalho, ao dormir ou ao carregar peso — podem acelerar a progressão da deformidade e intensificar o desconforto.
O que evitar no dia a dia ao conviver com a escoliose?
Quem convive com escoliose precisa ter atenção redobrada com hábitos do dia a dia que podem agravar o quadro. Atitudes comuns, como permanecer longos períodos em má postura, carregar peso de forma desequilibrada (como bolsas em um só ombro) ou dormir em colchões inadequados, são alguns dos erros que devem ser evitados.
Outra armadilha é tentar corrigir o desvio da coluna com exercícios intensos, sem orientação profissional. Práticas como musculação pesada, abdominal tradicional, corrida sem preparo e esportes de impacto sem acompanhamento especializado pode agravar sintomas algicos. Alongamentos mal orientados também podem ser prejudiciais.
O ideal é buscar sempre um plano de tratamento personalizado. Isso significa seguir a prescrição médica, utilizar coletes quando recomendados, evitar automedicação e manter acompanhamento periódico com especialista.
Mesmo nos casos em que a escoliose é leve, os cuidados fazem diferença. Quando os sinais são ignorados, o desvio tende a avançar, resultando em dores constantes, perda de flexibilidade e prejuízos à rotina diária. Não basta fugir dos riscos — o foco precisa estar em escolhas conscientes: saber mais, cuidar melhor e manter o compromisso com a própria saúde.