Espondilolistese

Um dos problemas que podem acometer a coluna vertebral é conhecido como espondilolistese, que é caracterizado por uma mudança de posição de uma vértebra sobre a outra, o que ocasiona dores fortes e até mesmo limitação dos movimentos.

Mas corrigir problemas em uma área tão importante do corpo já se tornou mais fácil do que no passado, pois as técnicas cirúrgicas modernas disponíveis oferecem riscos menores e são capazes de fazer com que o paciente obtenha maior qualidade de vida.

Ilustrações de coluna vertebral demonstrando a espondilolistese - Site Dr. Márcio Penna - ortopedista especialista em coluna

O que é espondilolistese?

A espondilolistese ocorre quando uma vértebra escorrega sobre a outra. Assim, elas ficam desalinhadas, levando a instabilidade e maior pressão no disco entre elas e nas terminações nervosas ao redor.

Quais os sintomas?

Muitas vezes o problema é assintomático, mas,  dependendo da gravidade, o paciente pode se queixar de:

  • Dor na lombar, com possível irradiação para o glúteo e para a perna;
  • Desvios posturais;
  • Fraqueza nos membros inferiores;
  • Formigamento;
  • Dormência.

Quais as causas?

A doença é dividida em vários tipos de acordo com as suas causas:

  • Congênita/displásica: resultado de má formação durante a gestação, o que faz com que a criança nasça com a enfermidade;
  • Ístmica: acomete sobretudo as crianças e é similar a uma fratura por estresse em uma parte da vértebra chamada pars articularis;
  • Traumática: surge após algum evento que fragilizou a coluna, como doenças e fraturas;
  • Degenerativa: surge devido à degeneração natural dos discos e vértebras, por isso está associada à idade e é mais comum acima dos 50 anos.
  • Patológica: resultado de doenças, como tumores vertebrais ou outras enfermidades que enfraquecem a conexão óssea vertebral anterior e posterior;
  • Iatrogênica: este tipo pode ocorrer após uma cirurgia da coluna, quando é necessário ressecar muito osso e ocorre o enfraquecimento das conexões ósseas.

A espondilolistese tem cura?

A espondilolistese pode ser curada. Os tratamentos disponíveis ajudam a reposicionar as vértebras e descomprimir os nervos.

Quais as classificações?

A doença é classificada em alguns graus, de acordo com o quanto a vértebra escorregou:

  • Grau 1: 0 a 25%;
  • Grau 2: 26% a 50%
  • Grau 3: 51% a 75%;
  • Grau 4: 75% a 100%.

Como ocorre o diagnóstico?

A doença é diagnosticada por meio de radiografias, mas o ortopedista especialista em coluna também pode solicitar uma ressonância magnética e uma tomografia computadorizada para saber mais detalhes do problema.

Como tratar espondilolistese lombar?

A espondilolistese pode ser tratada de forma conservadora ou cirurgicamente.

Tratamento conservador

O tratamento conservador inclui sessões de fisioterapia, com foco em exercícios de estabilização e correção postural. O paciente também deve fazer um reforço muscular da região. 

Para aliviar a dor nas costas são receitados analgésicos e anti-inflamatórios e, em alguns casos, o paciente deverá usar um colete ortopédico para estabilizar a área.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico para corrigir o desvio das vértebras é do tipo minimamente invasivo. Isso quer dizer que são feitas apenas pequenas incisões no local por onde o médico cirurgião de coluna insere e manipula os equipamentos.

Essa abordagem garante uma redução dos riscos, menor agressão tecidual e uma recuperação mais rápida. Uma das técnicas utilizadas é a artrodese, em que duas ou mais vértebras são fundidas ao substituir o disco entre elas por um tipo de enxerto ósseo. Isso evita que elas voltem a sair de suas posições naturais.

A cirurgia recebe uma classificação distinta dependendo da região usada para acessar a coluna:

  • ALIF: faz-se de modo anterior, pelo abdômen, o que ajuda a preservar a musculatura lombar e permite que o cirurgião alcance uma maior extensão do disco para realizar a artrodese;
  • OLIF: o acesso ocorre obliquamente, anterior ao músculo psoas;
  • XLIF: a incisão é lateral e o acesso ocorre pelo músculo psoas, o que fornece ao cirurgião uma opção menos invasiva para o procedimento;
  • MIS TLIF: o acesso ocorre pela região lombar.

Em todos esses procedimentos cirúrgicos para tratar a espondilolistese pode ser necessário o uso de parafusos percutâneos, que ajudam a dar maior estabilidade à coluna e dispensam a utilização de equipamentos externos para estabilizar a região.

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