Fraturas e Luxações na Coluna
Fraturas na coluna ou luxações são problemas graves que podem causar dores intensas e até comprometer a função motora. A coluna é formada por vértebras, discos, medula, nervos, ligamentos e músculos e qualquer dano nessas estruturas deve ser tratado o mais rápido possível para evitar que se agrave e deixe sequelas neurológicas definitivas.
Tipos de fraturas e luxações na coluna
Há 4 tipos principais de fraturas e luxações na coluna, segundo seu mecanismo de trauma (denis, 1983):
- Por compressão: ocorre sobretudo em pacientes com osteoporose ou por enfraquecimento dos ossos causados por outra doença (neoplasias). Normalmente são fraturas de menor gravidade e causadas por traumas de baixa energia;
- Por explosão: geralmente causadas por trauma de maior energia, como um acidente automobilístico, por exemplo. Nesses casos a vértebra é esmagada por força axiais e em alguns casos pode haver fragmentos ósseos comprimindo a medula e gerar mais instabilidade;
- Flexão-distração: é uma que ocorre tipicamente em acidentes automobilísticos, quando corpo é projetado bruscamente para frente. A coluna é flexionada rapidamente para frente e logo depois faz um movimento de desaceleração, gerando uma combinação de flexão-distração. Isso faz com que os ossos e ligamentos sejam lesionados. são fraturas ocasionadas por trauma de alta energia e geralmente são instáveis;
- Fratura-luxação: é uma lesão em que há uma combinação de fratura e deslocamento/desalinhamento das vértebras. São lesões também causadas por trauma de alta energia, normalmente instáveis e associadas, muitas vezes, a lesões neurológica graves.
A classificação mais utilizada hoje em dia é a classificação de Magerl/AO/ASIF, que serve para classificar fraturas na coluna cervical sub-axial, torácica e lombar. Ela considera o mecanismo de trauma e o grau de acometimento das estruturas anteriores (corpo) e posteriores (pedículos, facetas, lâminas e ligamentos posteriores). Nesta classificação de fraturas a região coluna recebe o número 5, sendo dividida em três grupos: 1- cervical, 2- torácico e 3- lombar. Cada grupo receberá uma letra conforme o padrão básico de lesão: A – lesões por compressão do corpo vertebral, B – lesões por distração dos elementos anteriores e/ou posteriores e C – lesões do tipo A ou B associadas a mecanismo de rotação ou fratura-luxação complexa
O que fazer quando ocorrem fraturas na coluna?
Quando há suspeitas de fraturas na coluna vertebral é necessário marcar uma consulta com um ortopedista especialista em coluna o mais rápido possível. Além disso, é importante evitar movimentos bruscos e manter a área imobilizada até o diagnóstico. Em caso de acidentes mais graves, deve-se chamar um serviço de atendimento pré-hospitalar de urgência para atendimento no local do acidente e transferência para um hospital de referência.
Quais os sintomas?
Uma fratura ou luxação nesta região apresenta alguns sintomas bem definidos:
- Dor intensa nas costas e que pode irradiar-se para os membros;
- Sensação de fraqueza, dormência e formigamento;
- Problemas para controlar a bexiga e o intestino;
- Inchaço no local da lesão;
- Piora da dor ao ficar na mesma posição por um longo tempo e a movimentação.
Quais as causas de fraturas na coluna?
Fraturas na coluna pode ocorrer por diversos motivos:
- Acidentes de carro e moto;
- Quedas de altura;
- Traumas durante a prática de esportes;
- Mergulho em águas rasas;
- Lesões por insuficiência, que são aquelas em que os ossos já estão fragilizados por doenças, como a osteoporose. Assim, eles não têm força suficiente para suportar os esforços normais e se lesionam com mais facilidade do que um osso saudável.
O que acontece quando se fratura a coluna?
Uma fratura na coluna pode levar à perda dos movimentos abaixo da vértebra afetada. Isso acontece quando a lesão é do tipo raquimedular, o que quer dizer que a medula espinhal foi prejudicada, afetando, assim, o envio de sinais nervosos do cérebro para o resto do corpo.
Este é um dos tipos de lesão mais graves da coluna vertebral e requer um tratamento complexo e multidisciplinar.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da fratura ocorre após um exame físico e exames de imagem, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas.
Tratamentos
O tratamento mais comum é do tipo conservador, com o uso de coletes, colar cervical ou gesso para estabilizar a lesão e analgésicos para controlar a dor.
Já em lesões mais graves (instáveis), com lesão neurológica associada ou quando não houve uma boa resposta com o tratamento conservador, a cirurgia na coluna passa a ser indicada. Nesse sentido temos quatro opções principais:
- Cifoplastia: é usada uma agulha para chegar ao interior da vértebra prejudicada, onde é liberado um pequeno balão que é inflado, abrindo espaço para o cimento ósseo que irá ajudar a estabilizar a região. Utilizado em fraturas por insuficiência;
- Vertebroplastia: o médico de coluna utiliza uma agulha para chegar até a vértebra e aplicar o cimento ósseo. Nesse caso, a aplicação ocorre diretamente no local afetado, sem usar um balão para preparar o espaço;
- Fixação percutânea: hastes e parafusos são fixados para estabilizar a coluna quando a fratura deixa a região muito instável;
- Artrodeses convencionais (abertas): em alguns casos é necessário realizar cirurgia aberta para descompressão neurológica e fixação para dar estabilidade.
Possíveis sequelas
Quando não é feito o tratamento correto, a fratura pode se agravar e se presente instabilidade pode apresentar evolução com piora neurológica progressiva, mesmo que a medula não tenha sido prejudicada inicialmente.
Quanto tempo demora para curar fraturas na coluna?
O tempo de cura de fraturas na coluna é variável e vai depender da gravidade da lesão, do local, dos tratamentos escolhidos e do comprometimento do paciente em seguir o tratamento.