A endoscopia de coluna, também chamada de endoscopia por vídeo da coluna, é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que tem ganhado destaque no tratamento de diversas patologias, como a hérnia de disco.
Sendo uma evolução da cirurgia tradicional, o tratamento por vídeo é relativamente novo, mas sua grande eficiência e segurança fazem com que sua popularidade aumente cada vez mais.
Entenda como o procedimento é realizado, suas indicações e contraindicações, por que a cirurgia por vídeo é melhor do que o tratamento aberto e como deve ser o pré-operatório. Vamos lá?!
Para que serve a endoscopia de coluna?
A endoscopia de coluna é indicada para o tratamento de diversos problemas na coluna com alta precisão. Algumas de suas indicações principais são:
Hérnia de disco lombar;
Estenose cervical;
Estenose lombar;
Hérnia de disco cervical;
Espondilodiscite.
Além de ser utilizada no tratamento em si, a endoscopia é útil para diagnósticos, pois permite que o médico visualize as áreas afetadas com um alto nível de detalhes.
Como é feita uma endoscopia de coluna?
A endoscopia de coluna é realizada por meio de pequenas incisões. Em uma delas, o médico de coluna insere uma cânula, pela qual passa o endoscópio, um equipamento fino, com uma câmera de alta resolução em sua ponta, transmitindo imagens em tempo real para um monitor ao lado da mesa de cirurgia.
Dessa forma, o ortopedista especialista em coluna pode visualizar detalhadamente as estruturas internas do organismo. Usando pinças especiais, o profissional realiza as intervenções necessárias. Para evitar incômodos, o paciente recebe na maioria das vezes anestesia geral, mas em alguns casos pode-se lançar mão de anestesia local e sedação.
Como as incisões são muito pequenas, é indispensável que sejam feitas no local exato. Para evitar erros, o especialista utiliza um aparelho de radioscopia, que gera imagens de raio-x continuamente, guiando as incisões.
Quais médicos realizam a endoscopia de coluna?
A endoscopia de coluna é realizada principalmente por dois tipos de médicos: os neurologistas e os ortopedistas especializados em coluna vertebral. Para conduzir o procedimento, é preciso uma formação específica, então nem todo profissional da área é capacitado para a intervenção.
O ortopedista especialista em coluna é um dos mais procurados para esse tipo de procedimento, pois ele é treinado para diagnosticar e tratar diversas condições, como hérnia de disco, estenose espinhal e problemas degenerativos da região.
Quanto tempo dura uma endoscopia de coluna?
A endoscopia de coluna tem uma duração bem variável, entre 30 minutos e 2 horas. Existem diversos fatores que podem interferir no tempo total, como:
- Problema a ser tratado: casos de hérnia de disco tendem a ser mais rápidos do que um tratamento de estenose espinhal, por exemplo;
- Localização do problema: há áreas que são mais fáceis de operar do que outras. A cervical costuma exigir um procedimento mais demorado e preciso;
- Condições do paciente: quando a pessoa já passou por outras intervenções ou tem problemas mais avançados, a cirurgia será mais demorada;
- Experiência da equipe médica: profissionais mais experientes, que já realizaram o procedimento diversas vezes, podem ter mais destreza e concluir o processo um pouco mais rápido.
Conheça os equipamentos utilizados na endoscopia de coluna
A endoscopia de coluna exige o uso de diversos equipamentos sofisticados. Os principais são:
- Endoscópio: é um pequeno tubo com uma câmera na ponta, por onde o especialista passa outros equipamentos necessários para o procedimento. As imagens obtidas são reproduzidas em tempo real em um monitor ao lado da mesa de cirurgia, para que o responsável tenha uma visão clara do que está ocorrendo;
- Ponteira de drill: é um equipamento fino com uma espécie de broca na ponta. Ele é ligado a um motor controlado pelo cirurgião. A ponteira de drill é usada para fazer pequenos furos nos ossos a fim de alcançar a região desejada. O médico de coluna aciona o motor com o pé enquanto controla o avanço do equipamento com a mão;
- Pinça punch: esse instrumental fino e alongado tem pontas cortantes e um tipo de pinça. É utilizado para cortar e remover pequenos fragmentos ósseos de forma controlada, abrindo o espaço necessário para a passagem de outros equipamentos;
- Pinça de disco: o equipamento é usado para remover de forma delicada pequenos pedaços soltos do disco intervertebral, mas que estão em contato com as terminações nervosas. Por ser fino e longo, ele permite alcançar a região com total segurança e sem causar danos;
- Eletrodo dirigível: esse instrumento possui uma ponta extremamente fina e dirigível, e é ligado a um aparelho gerador de corrente elétrica de alta frequência. Ao ser acionado pelo cirurgião, o equipamento gera calor de forma extremamente localizada, sendo usado para dissecar tecidos e cauterizar pequenos sangramentos.
Todos os equipamentos são desenvolvidos para permitir movimentos precisos, gerando o menor dano possível aos tecidos. Além disso, muitos deles têm variações de tamanho, permitindo que o médico especialista em coluna escolha aqueles que são mais adequados para cada situação.
Quando esse tratamento cirúrgico é indicado?
O tratamento cirúrgico por endoscopia é indicado quando a resposta obtida pelos tratamentos convencionais não foi satisfatória e o quadro continua a piorar ou o paciente ainda sofre muitos incômodos, como dores nas costas constantes.
Uma das principais indicações do procedimento é para o tratamento de hérnia de disco, uma condição em que os discos que funcionam como amortecedores entre as vértebras se deslocam, comprimindo os nervos do canal vertebral.
Quando a situação se agrava, o disco fibroso pode se romper, fazendo com que um líquido gelatinoso escape, causando ainda mais dores e outros sintomas, como rigidez e limitação de movimentos.
Nesse contexto, a cirurgia por vídeo permite que o médico-cirurgião de coluna descomprima os nervos é retira o fragmento que comprime as estruturas nervosas.
Contraindicações
Mesmo sendo amplamente utilizada no tratamento de hérnia de disco, nem todos os casos da doença devem ser tratados com a cirurgia por vídeo. Por exemplo, quando há hérnias calcificadas ou quando é necessário revisar uma intervenção com muita fibrose, pode ser mais adequado fazer uso de afastadores tubulares e microscópios.
Ademais, podem existir outros casos e condições que tornem o procedimento ineficaz. Por isso, antes de optar pela cirurgia, o ortopedista de coluna realiza uma cuidadosa avaliação em parceria com o paciente para definir a melhor abordagem para cada situação.
Outros procedimentos e cirurgias minimamente invasivas da coluna
A endoscopia de coluna não é a única opção quando falamos em cirurgias minimamente invasivas da coluna. Há outros procedimentos seguros e eficazes que podem ser utilizados dependendo da situação.
Infiltração ou bloqueio
A infiltração ou bloqueio é uma técnica em que o médico-cirurgião de coluna utiliza agulhas para aplicar medicamentos diretamente no foco da dor. Um aparelho de imagem em tempo real é usado como auxiliar, para que o especialista alcance o local exato com baixíssimos riscos de causar uma lesão. Essa é uma opção útil quando o paciente não obtém os benefícios esperados ao usar medicamentos de administração oral e participando de sessões de fisioterapia.
Rizotomia por radiofrequência
Na rizotomia por radiofrequência também são inseridas agulhas que alcançam o ponto da dor, mas em vez de aplicar um medicamento, é feita uma lesão térmica no nervo, tornando-o menos sensível à dor e aliviando o sintoma sem a necessidade de cortes.
Cirurgia tubular
Nesse procedimento o ortopedista utiliza pequenos dilatadores e tubos por onde os equipamentos necessários para a intervenção são inseridos. A técnica permite a realização de processos complexos, como descompressão e artrodese, mas sem a necessidade de grandes incisões e dissecações.
Cifoplastia
A cifoplastia é uma intervenção utilizada para o tratamento de fraturas nas vértebras. Por meio de uma pequena incisão é inserido uma agulha de acesso ósseo e por dentro dessa agulha introduz-se um balão no interior da vértebra afetada. Depois ele é inflado para que as partes ósseas voltem às suas posições originais. Por fim, o espaço criado é preenchido com cimento ósseo.
O tratamento devolve estabilidade à vértebra e reduz diversos sintomas relacionados, como dor e rigidez.
Por que a cirurgia tradicional está perdendo espaço para a endoscopia de coluna?
A endoscopia de coluna representa uma evolução em relação à cirurgia tradicional. Sendo assim, é natural que ela passe a ser mais utilizada em diversos tratamentos. Isso se deve aos diversos benefícios que oferece em comparação com o método tradicional:
Não é necessário fazer grandes cortes, o que reduz as lesões nos músculos, ligamentos e pele;
Há menos sangramento, bem como uma redução significativa no risco de infecções e demais complicações durante e após o procedimento;
A recuperação é mais rápida e o paciente sente menos desconforto no pós-operatório;
Em alguns casos, não é necessária a anestesia geral, bastando a sedação e anestesia local;
Dependendo do caso, o paciente recebe alta no mesmo dia;
Não resulta em instabilidade na coluna, o que evita a necessidade de uma artrodese e do uso de parafusos percutâneos;
As cicatrizes resultantes do procedimento são mínimas.
Como é a recuperação de uma cirurgia endoscópica da coluna?
Geralmente, o paciente fica internado por um curto período de tempo, recebendo alta no mesmo dia do procedimento, se sua evolução ocorrer conforme o esperado.
De forma geral, a recuperação de uma endoscopia de coluna é muito tranquila. Passado o efeito da anestesia, o paciente é levado para o quarto do hospital, momento em que, provavelmente, já estará apto a sentar e levantar, desde que com muito cuidado e sendo acompanhado.
Ao ser liberado, ele deve tomar os remédios conforme prescrição médica. No período de cicatrização, que leva cerca de 15 a 20 dias, é fundamental evitar carregar peso ou realizar movimentos de rotação com a coluna. Também é recomendado que o paciente evite dirigir por algumas semanas.
Após o período de cicatrização, é hora de iniciar a fisioterapia, que vai acelerar o processo de recuperação e evitar que o paciente sofra com rigidez e limitação de movimentos. Por fim, é necessário um período aproximado de 8 semanas para a realização de atividades que exigem mais esforço.
Destaca-se que esses são números gerais, devendo cada caso ser tratado de forma individual. Portanto, o tempo de recuperação pode variar.
Quais os riscos desse tipo de cirurgia?
Toda cirurgia envolve riscos, portanto o paciente submetido a uma cirurgia por vídeo na coluna vertebral pode enfrentar infecções, dificuldades de cicatrização e retorno do problema. Já complicações neurológicas graves são muito raras.
É importante destacar que os riscos desse tipo de procedimento são muito menores do que os de uma cirurgia aberta.
No entanto, por se tratar de uma intervenção ainda em expansão, existem poucos especialistas no procedimento. Assim, é importante procurar um médico com o devido treinamento e experiência em sua realização.
Quanto custa uma endoscopia de coluna?
O valor de uma endoscopia de coluna pode variar bastante, pois sua definição leva em consideração uma série de fatores. A começar pelo tipo de problema a ser tratado, pois casos mais complexos e demorados podem elevar o valor do procedimento.
Até a localização da clínica interfere no preço final, pois os tratamentos oferecidos em grandes centros costumam ser mais caros do que os realizados no interior. Da mesma forma, a própria estrutura do local deve ser levada em consideração, já que hospitais com equipamentos de ponta tendem a cobrar um pouco mais.
Outro fator crucial é a experiência da equipe médica, pois profissionais renomados e altamente especializados costumam custar mais. Por fim, o tempo de internação também interfere no valor final.
Como se preparar para a endoscopia de coluna?
O pré-operatório para uma endoscopia de coluna irá variar conforme o problema a ser tratado. Em muitos casos, é recomendado um jejum total de 8 horas. Além disso, o paciente deve realizar todos os exames solicitados pelo médico, como a avaliação cardiológica e exames de imagem.
Outra recomendação importante é avisar ao médico sobre todos os medicamentos de uso contínuo, pois o especialista pode solicitar que eles sejam suspensos alguns dias antes da intervenção, com o intuito de reduzir os riscos.
Também é necessário passar por uma consulta pré-anestésica, em que o anestesista irá avaliar qual o melhor tipo de anestesia para o caso, deixando o procedimento mais seguro e confortável para o paciente.
Será necessário assinar um termo de consentimento, em que o paciente confirma que está ciente dos riscos da endoscopia de coluna e autoriza o procedimento. Caso haja qualquer dúvida, é crucial conversar com o médico para obter maiores esclarecimentos.
