A escoliose lombar é um dos diversos problemas que podem atingir a coluna vertebral. Essa manifestação não causa dor em muitos casos, mas pode influenciar muito na autoestima do paciente, além de trazer algumas complicações graves quando não tratada.
Os tratamentos conservadores são a primeira opção, mas há diversas situações em que a cirurgia é o melhor caminho. Neste texto abordamos diversos aspectos desse tipo de curvatura na coluna, incluindo seus sintomas, causas, diagnóstico e a principal intervenção cirúrgica utilizada. Acompanhe!
O que é escoliose lombar?
A escoliose lombar é uma curvatura anormal da coluna em direção à lateral do corpo, fazendo com que ela fique no formato de um “S” ou “C”. A deformidade é classificada conforme a área da coluna em que a curva se iniciou. No caso da lombar, o problema tem origem entre as vértebras L1 e S1. A escoliose pode atingir pessoas de qualquer idade.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas da escoliose são de ordem postural e ficam mais visíveis à medida que o problema se agrava:
● Ombro mais alto do que o outro;
● Sensação de que uma das pernas é mais comprida do que a outra;
● Quadril inclinado para um dos lados;
● Dificuldades para encaixar as roupas no corpo;
● A dor na coluna também é considerada um sintoma, mas é mais comum nos casos mais graves.
Com as alterações físicas é normal que o paciente desenvolva sintomas relacionados ao emocional, como baixa autoestima.
Quais as causas da escoliose lombar?
As causas da escoliose lombar são muitas vezes desconhecidas. Mas sabe-se que o problema pode ser congênito, o que significa que ele surge devido a uma má formação de alguns ossos da coluna vertebral, por isso, é comum que a escoliose se desenvolva ou se intensifique durante a infância, quando o paciente está passando pela fase de crescimento.
Além disso, a condição está associada a questões genéticas e também surge devido a problemas neuromusculares.
Por fim, é importante considerar que há alguns fatores de risco que influenciam na formação da escoliose, embora não sejam determinantes:
● Obesidade;
● Sedentarismo;
● Prática inadequada de atividades físicas;
● Envelhecimento, pois há um maior desgaste dos discos intervertebrais e esta faixa da população está mais suscetível a doenças degenerativas.
Como ocorre o diagnóstico?
O diagnóstico ocorre em uma consulta com um ortopedista especialista em coluna. Com um exame físico, o especialista é capaz de identificar curvaturas anormais. É comum que o teste Adams seja utilizado; nesse caso o paciente inclina-se para frente, facilitando a identificação de curvas não naturais.
Além disso, o médico de coluna costuma solicitar exames de imagem, como o raio-x e a radiografia, pois dessa forma é possível determinar qual é a curvatura exata da escoliose. Esta definição é essencial no momento de definir o melhor tratamento.
Qual o tratamento para escoliose lombar?
A escoliose lombar é tratada com abordagens conservadoras e/ou cirúrgicas. Cada caso é analisado de forma individual e apenas o especialista é capaz de determinar qual opção trará os melhores resultados.
Tratamento conservador
Quando os casos de escoliose são brandos ou moderados, há diversas possibilidades para retardar a progressão da curva e ajudar na correção, como:
● Fisioterapia;
● Exercícios de correção postural;
● Uso de analgésicos e anti-inflamatórios quando há dor;
● Uso de coletes: os coletes são muitas vezes recomendados por trazerem resultados excelentes. Entretanto, é preciso ter muita disciplina em seu uso, o que dificulta a aderência de crianças e adolescentes a esse tratamento. Há, portanto, diversos tipos de coletes e o médico irá indicar aquele que for mais apropriado para cada caso;
● Gesso: é uma opção usada em pacientes muito jovens, geralmente até os 6 anos. Esta técnica tem demonstrado eficácia em várias situações.
Tratamento cirúrgico para escoliose lombar
A cirurgia para escoliose lombar é recomendada quando a curvatura na coluna continua a evoluir e não pôde ser freada com o tratamento clínico. Este tipo de indicação é feita após uma análise criteriosa, pois é preciso ter certeza de que se trata da melhor opção.
De forma geral, curvas superiores a 50 graus são sempre tratadas cirurgicamente, pois a tendência é de que o problema evolua na média de 1 grau por ano. Assim, a necessidade de resolver a situação se torna cada vez mais urgente, pois quando a curva ultrapassa os 70 graus há grandes chances de que o sistema cardiorrespiratório seja prejudicado, já que há menos espaço para o coração e os pulmões.
Pessoas com curvaturas entre 40 e 45 graus também podem ser operadas, desde que o médico-cirurgião de coluna perceba que as opções conservadoras serão pouco benéficas e que a intervenção cirúrgica seja o melhor caminho.
Artrodese
A artrodese da coluna é uma das principais opções cirúrgicas para corrigir a escoliose. Este procedimento consiste no alinhamento e fusão das vértebras prejudicadas. Assim, elas se fixam na posição correta, formando um osso único e sólido.
Apesar de as vértebras serem “coladas”, o paciente não perde sua mobilidade. Muitas pessoas que passaram por esta cirurgia relatam que são capazes de realizar suas atividades cotidianas normalmente e até praticar esportes.
Durante a realização da cirurgia, o paciente permanece sedado enquanto o cirurgião faz uma incisão na região da coluna para a colocação de parafusos percutâneos. Em seguida, a coluna é movimentada para correção da curvatura. Então, o cirurgião faz os últimos ajustes e fecha a incisão.
O paciente deverá permanecer em observação por um período que varia de 4 a 10 dias. O afastamento das atividades escolares dura algumas semanas e são necessários de 2 a 6 meses para que ele seja liberado para retornar às atividades cotidianas.
Já o retorno às atividades físicas de maior impacto pode demorar um pouco mais, pois é necessário que a fusão das vértebras esteja totalmente solidificada.
A correção conquistada com a artrodese vai variar conforme o grau de rigidez da escoliose lombar. Quanto mais flexível, maior será a correção. Isso pode ser calculado antes da cirurgia, por meio de uma radiografia com inclinação ou sob tração. A maioria dos pacientes consegue um grau de correção que torna o problema imperceptível.